18.1.12

Ponta Porã – Um século de amor

A Princesa dos Ervais ao adentrar no ano de dois mil e doze, oficialmente comemora um século de amor. Cem anos de amor verdadeiro por este planalto antes pontilhado de lagoas e várzeas, ricas em águas e terras férteis que permitiram e saciaram a sede e a fome de nossos avós gaúchos, permitindo a continuidade de suas vidas e produzindo alimentos para as gerações vindouras.


A Princesa dos Ervais foi assim cantada em versos pelo imortal Dom Aquino Corrêa:


Nos píncaros selvagens e altaneiros

Da serra do Amambay nasceste um dia

Tu que te embalas na canção bravia

Do altivo beijo infrene dos pampeiros.


Princeza dos Hervais que ao sol fagueiros

Riem na verde fronde luzidia

Celebram-te em arcádicas poesias

Nas coxilhas em flor, os boiadeiros.


Bate em teu virgem peito, ao ritmo heróico

Da alma gentil do bandeirante estóico,

O sangue do gaucho ardente e puro.


E alem, mais belo e forte que o oceano,

O salto de Guayra entoa ufano

O prelúdio triunfal do teu futuro!”


Esta homenagem do mato-grossense salesiano Dom Aquino Corrêa, arcebispo e governador do MT, saúda os tempos de nossa primeira riqueza a Erva Mate, chamada de Ouro Verde. E então em 1943, por ato do Presidente Vargas este Sul Maravilha transformou-se em Território Federal. Ponta Porã, capital do Território tomou ares de cidade grande. Recebia vôos diários da Panair do Brasil – Viação Aérea Nacional – Real e o CAN – Correio Aéreo Nacional.

O Coronel Ramiro Noronha foi o primeiro governador nomeado. Em 1946 foi substituído pelo major Guiomar dos Santos, que com a saída de Getúlio do poder, cedeu seu lugar para o Dr. José de Albuquerque, médico de dona Santinha, esposa do marechal Eurico Gaspar Dutra, recém eleito Presidente da República. “E daí, o cuiabano acabou com a nossa festa, e o Território foi reanexado ao velho Mato Grosso”.

Chegaram os trilhos da NOB – Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e aconteceu um novo surto de progresso. Com o trem vieram os derrubadores de matas e os exploradores de madeiras. As ‘toras in natura’ foram exportadas e as riquezas naturalmente seguiram juntas. Restaram as pastagens artificiais que sustentaram por longos anos uma pecuária produtiva.


Em 1968 aconteceu uma segunda invasão gaúcha com a introdução da agricultura mecanizada. Os campos e coxilhas foram cultivados e tornaram-se mais promissores. As velhas pastagens foram destocadas e as terras recuperadas. A implantação e expansão do agronegócio pela região Sul do MT viabilizou e possibilitou em 1978 a criação do Estado de Mato Grosso do Sul.


E aqui pela fronteira atualmente vivemos uma nova fase áurea de desenvolvimento, com o turismo legal de compras em grande expansão, sabiamente estimulado e permitido pelos Governos das duas Pátrias. Completa-se também um século de amizade com o povo paraguaio, vivendo muitas histórias de amor.


Milhares de famílias paraguayas e brasileiras tem seus filhos casados entre as duas nacionalidades. E para não fugir à regra eu e Hedy temos uma nora e duas lindas netas asunceñas. E assim, em 2012, todos nós comemoramos Um Século de Amor.

* Um cidadão Fronteiriço.



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